OTÁRIO OU BOM INVESTIDOR?
O que é o ego?
Uma ilusão. O que não somos, mas que seremos enquanto acreditarmos em suas ilusões.
Mas se não o somos, o que somos então?
A verdade do Ser independe de crença para ser, mas depende de crença para ser acessada. Crendo na existência de algo além do ego evoluímos para a fé, porém uma fé diferente daquela que nos leva a cair de joelhos, prostrados , enquanto esperamos que alguma coisa lá fora faça algo por nós. Por esta fé alentadora e diferencia, entramos na experiência do Ser que, por sua vez, nos devolve a visão da nossa realidade perdida.
Visão é diferente e oposto de percepção. Escolher entre as duas nos conduz ou ao céu ou ao inferno. Enquanto a visão nos liberta, a percepção é como uma “Matrix”, prisão a que estamos atados pelos programas ilusórios do ego.
A estratégia do ego é hipnotizar para que acreditemos que ele é real, presos em uma pretensão de que ele é o único meio pelo qual podemos lidar com uma realidade que é ele mesmo que nos apresenta. Hipnotizados, temos a total crença em ilusões e, por esta mesma certeza, ele nos rouba a visão da nossa realidade espiritual e nos dá em troca suas miragens baseadas unicamente na percepção. Assim cegos, chegamos à convicção de que somos um eu corporal perceptivo, (carne) dotado de qualidades e defeitos, capaz de barganhar amor e projetar suas culpas em outros ou de assumi-las com sofrimento. Este ser de sonhos é um ser separado de outros seres. Dividido, ele luta consigo mesmo e com outros seres onde ele projeta suas partes escuras negadas. É o filho pródigo, separado da Plenitude de Deus. Assim como a ilusão teme a realidade, o filho iludido teme o amor. Demora-se em voltar para casa, esquecido de quem é e de Quem é filho, Se não fosse o medo, bastaria apenas amar para lembrar-se de seu Pai.
Como acordar deste transe mortal? Quem contará até três e baterá palmas para abrir nossos olhos para a realidade?
Acreditamos que existe Alguém que possa nos fazer este favor ou tememos que isto nos possa ser feito da mesma forma em que tememos a nossa morte?
Isto irá depender em que escolhemos acreditar.
O despertar de um sonho é a morte do sonho, a única coisa que estamos acostumados a dar crédito até então. A morte do sonho é o desvelar do ego, não intentem nunca,nem de leve matá-lo. O medo é unicamente do ego. Sendo ele um sonho, sua onipresença e supremacia dependem do nosso crédito. Conseguir nosso crédito é a sua profissão. Sem crença, ele com suas ilusões perdem o poder de manipulação sobre nós. Mas como será que aquilo que não existe teve o poder de nos fazer crer em ilusões? O ego é uma idéia insana que o Filho de Deus teve: Separar-se de Deus e criar-se de forma independente. Este seu “pecado original” é algo impossível! Mas como toda idéia, pode ou não ser acreditada...
Se acreditarmos em ilusões, mesmo que também acreditemos em um Deus que habita num suposto céu além do limite humano, em algum lugar inacessível deste mesmo sonho, não iremos querer voar até lá para pedir a morte. Queremos nosso corpo vivo.
Este é o nosso maior valor. A vida no sonho é a vida pequena contida num corpo vulnerável durante um curto lapso de tempo. O ego, hábil vendedor, nos aconselha: “Compre de mim apenas o valor desta curta vida e esqueça de olhar para o prazo de validade. A vida do corpo é “infinita enquanto dura”. Só bem depois o infeliz comprador irá compreender o que significava este “dura”.
Mas, se por outro lado, acreditamos que o céu está dentro de nós, uma realidade acessível, estaremos dando crédito a algo definitivamente real e transformador. Somente com base nesta nova crença teremos a coragem de pedir pelo nosso despertar. Desejando apenas a morte da grande ilusão, acessaremos um Ser, que pelo nosso sono parecia um desconhecido, mas que saudosos queremos reconhecer e vir a ser.
A velha crença estava nos mantendo em uma caminhada circular na roda do karma, como no mito de Sísifo. Mas uma nova crença é como um batismo: sempre está ao inicio de um novo caminho. Pela “boa nova” crença adentramos a certeza e não na fé. Só na certeza seremos capazes de pular no abismo do desconhecido. Nesta entrega, abdicamos de todos os controles (em que o ego é mestre) e saltamos para o inesperado. Leves e soltos em um vôo espiritual, a visão nos mostrará que o Espírito Santo que em última análise é nossa própria trilogia existencial nos suporta o voo desfazendo o medo. Despertar é respirar amor, é ser o amor, é nos sentir que estamos onde sempre estivemos: Na Mão de Deus de nosso Deus interior. A convicção nascida desta experiência é confiança absoluta, confiança na Grande Mão, que não só nos criou, mas nos apóia eternamente e ternamente.
O preço da convicção é o salto para o desconhecido. A recompensa é Ser.
E quem somos?
Somos algum Deus que dorme e sonha um pesadelo de ser um mísero mortal. O deus deste pesadelo era feito pelo ego à sua imagem e semelhança: Um deus terrível que nos quer mortos por nossa imensa e imperdoável culpa, como inventores da separação!
Mas é no salto que o galo canta e a criança divina nasce com o sol!
- Bom dia Papai!
- Eternamente dia, minha boa e amada Filha, dia como Eu !!!!!!